Enquanto você achar que os outros são o problema, dificilmente conseguirá inspirar seus liderados.
- Marcia Zacchi
- 11 de dez. de 2022
- 3 min de leitura

Perdemos a chance de chegar ao Hexa na copa do Katar! Outra vez o sonho se desfaz, e todos querem encontrar o culpado, apontar os erros e normalmente quem vira o alvo dessas críticas é o líder.
Li várias análises do que poderia dar certo, das falhas técnicas durante o jogo e as decisões "erradas" do treinador, colocando em dúvida sua competência em liderar a seleção para a vitória e muitas críticas sobre o comportamento do Tite se retirar do campo deixando seus liderados sem apoio em um momento tão frustante para todos.
Um líder assim que assume essa posição já se torna uma figura exposta, tem seus passos observados e se torna o alvo de críticas ou elogios por suas condutas, me dá a impressão que todos se esquecem que o líder também é uma pessoa, que tem emoções, dores e frustrações como qualquer um.
Essa exposição e "exigência da perfeição" colocam muitos líderes em um lugar que não necessáriamente deveria ser assumido por eles. Tite naquele momento de dor, preferiu se isolar e permitir que cada integrante da seleção expressasse sua tristeza ao seu modo, e quando no momento do time unido no vestiário, fez o seu papel, com um discurso (informado pelos jogadores) de reconhecimento e apoio, ele verbalizou para a imprensa que é mais reservado e mantém o mesmo comportamento nas vitórias.
Nem sempre o líder atenderá as expectativas de seus liderados, assim como do "publico" que o acompanha e está tudo bem!
Líderes que atuam de forma a inspirar sua equipe, engajam seu time e os tornam profissionais de alta performance, não vencem sempre, mas mantém nesse grupo o espirito de equipe, que mesmo após uma derrota, entendem suas oportunidades e trabalham sua melhoria contínua.
Não atribuem a responsabilidade unicamente a um ou a outro, não procuram encontrar quem é o "problema", mas sim encontrar a solução e nas oportunidades individuais auxiliar em qual poderá ser o melhor caminho, através de feedbacks, treinamentos ajustes na rota entre outras ações.
Momentos de crise precisam ser enfrentados com o máximo de serenidade, atuando com sabedoria e controle emocional, alguns exercícios são benéficos para essas situações:
Converse - Fale sobre seu sentimentos e dê abertura para que seus liderados expressem os deles. Demonstre os pontos positivos das situações, esse tipo de interação gera conexão e apoio.
Filtre informações - Normalmentes em períodos de crise, muitas "hipoteses" são levantadas, mas também, uma onda de pessimismo, portanto, leve a seus liderados informações que verdadeiramente contribuirão para um movimento positivo, que sejam realistas e não repletas de pontos de vistas inflamados pela negatividade. Se a notícia não for boa, seja sincero, mas contribua com as alternativas que podem ajudar a mudar o cenário.
Tite manteve essa serenidade, que não significa não sofrer, teve o seu momento em seu comportamento reservado e depois esteve com sua equipe em um momento deles.
As críticas sempre virão, mas na essência o que realmente importa é o que o líder gerou em sua equipe, e a seleção o reconhece como um líder que inspira, que se preocupa com cada um e um professor que os ensinou não apenas no desenvolvimento como atletas, mas como pessoas com desafios diários no grande jogo da vida!
Aqui, nos cabe uma reflexão, o que você líder esta gerando para o seu time? Transformação e crescimento? Descoberta e potencialização dos talentos? Aprendizado e direcionamento dos caminhos propícios?
O resultado sempre será pelo conjunto, portanto quando olhar para a sua equipe, não procure quem é o "problema" , assuma suas responsabilidades e contibua como solução, esse comportamento reflete maturidade, serenidade e habilidade em conduzir suas próprias emoções e de seus liderados.
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